segunda-feira, 28 de abril de 2014

XIX Encontro Nacional de Economia Política acontece na UFSC, em junho desse ano



O Instituto de Estudos Latino-Americanos organiza, de 03 a 06 de junho de 2014, o XIX Encontro Nacional de Economia Política, o ENEP. A atividade, que é promovida todos os anos pela Sociedade Brasileira de Economia Política, será realizada em Florianópolis como um desdobramento das articulações feitas durante o Encontro Mundial de Economia Política, promovido pela WAPE, e realizado em 2013 na UFSC, também sob a coordenação do IELA. Na ocasião, o tema em debate foi a desigualdade no capitalismo mundial, e houve uma participação maciça de economistas e pesquisadores chineses, além de profissionais da Europa, América Latina, Estados Unidos e Canadá . Já o tema geral do Encontro Nacional será o neodesenvolvimentismo, assunto que vem provocando profundos debates não só no Brasil, que assumiu essa nova onda, mas também na América Latina.  

A proposta do evento que reunirá economistas, professores e estudantes de todo o país é discutir criticamente os rumos atuais do desenvolvimento brasileiro e mundial frente ao cenário de crise do capitalismo, a qual afeta de forma intensa os países da periferia do sistema. Ao mesmo tempo, o encontro pretende apontar alternativas a este contexto econômico e político atual. Além disso, proporciona, através dos grupos de trabalho, a oportunidade de apresentação e discussão democrática da produção científica da área da Economia Crítica. A SEP entende que este assunto é central nesse momento de crise internacional, especialmente quando as alternativas de política econômica tem sido tão polêmicas. Assim o ENEP, ao desvelar as discussões acadêmicas da Economia Política, possibilita à Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP) constituir um posicionamento claro sobre a conjuntura política e econômica de um determinado período histórico.

O que é a SEP

A Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP), promotora do encontro, foi criada em junho de 1996, durante a realização do I Encontro Nacional de Economia Clássica e Política, na Universidade Federal Fluminense, em Niterói (RJ). É uma associação sem fins econômicos que tem por objetivo garantir espaço ampliado de discussão a todas as correntes teóricas e áreas de trabalho que entendam a economia como uma ciência essencialmente social e que, por isso mesmo, tenham na crítica ao mainstream da Economia seu elemento comum e articulador das atividades acadêmicas e políticas.

Para aprofundar esse debate, a SEP promove anualmente um encontro científico para que todos os seus associados e demais acadêmicos e pesquisadores interessados possam apresentar seus estudos e trabalhos, cujo elemento comum é a crítica ao tratamento convencional dado à econômica, ao mesmo tempo em que procura recuperar os fundamentos e as categoriais analíticas essenciais da Economia Política. 

A UFSC como sede do XIX ENEP

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), criada há 53 anos, encontra-se atualmente organizada em 4 campi, com sede em Florianópolis, onde estão as principais unidades acadêmicas, bem como toda a infraestrutura física que dá suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão. A UFSC se organiza em onze unidades de ensino que congregam aproximadamente 80 cursos de graduação e aproximadamente 50 cursos de pós-graduação. Mais de 30 mil estudantes estão regularmente matriculados nas várias áreas de conhecimento. Ao longo de sua breve história a UFSC vem se firmando com uma das mais importantes universidades do país, com desempenho acadêmico exemplar em diversos cursos das áreas de ciências exatas e tecnológicas, ao mesmo tempo em que tem apresentado um papel destaque no estado de Santa Catarina e no país.

Uma das unidades de ensino com grande expressão dentro da UFSC é o Centro Socioeconômico (CSE), o qual abriga os cursos de Administração, Economia, Contábeis, Serviço Social e Relações Internacionais. É atualmente uma das unidades de ensino com o maior número de estudantes, uma vez que oferece cursos de graduação diurnos e noturnos, bem como programas de pós-graduação com mestrado e doutorado em todos os cursos específicos.

Nesta unidade, além dos cursos já citados, estão dois Institutos de Estudos: o INPEAU (Instituto de Pesquisas e Estudos sobre Administração Universitária) e o IELA (Instituto de Estudos Latino-Americanos), ambos atuando como unidades específicas de pesquisa e extensão e com projetos de pós-graduação em processo de criação. O IELA, criado oficialmente no ano de 2006, desenvolve estudos e pesquisas sobre a realidade Latino-Americana com o objetivo de proporcionar ao público brasileiro as condições para compreender melhor o continente onde vivemos, sua realidade e suas contradições.

Amparado em um conjunto de ações como organização de seminários, encontros nacionais e internacionais, cursos, palestras e intensa produção de material bibliográfico, o IELA contribui de forma fundamental no debate sobre a problemática latino-americana no contexto da UFSC e da própria universidade brasileira que, como sabemos, carece de um conhecimento mais profundo sobre os dilemas do nosso continente no estágio atual de desenvolvimento. Por isso mesmo, será o responsável pela organização do evento.

A coordenação nacional está a cargo dos professores Niemeyer Almeida Filho (IE/UFU, Presidente da SEP),  João Ildebrando Bochi (PUC-SP, Vice-presidente da SEP), e  Lauro Mattei (UFSC, diretor da SEP).

As informações sobre o Encontro podem ser acessadas no blog do evento: 

www.sepcongresso.blogspot.com.br

sábado, 26 de abril de 2014

XIX Encontro Nacional de Economia Política


São 19 anos de trabalho e discussão da Economia Política. E, nesse ano de 2014, o encontro anual da Sociedade Brasileira de Economia Política acontece na cidade de Florianópolis, co-organizado pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos, da Universidade Federal de Santa Catarina. 

Promoção:
Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP)

Realização:
Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA-UFSC)

Apoio:
CAPES, CNPq, FAPESC, Caixa Econômica Federal, BNDES, Ministério da Educação

Período:
03 a 06 de junho de 2014

Local do evento:
Instituto de Estudos Latino-Americanos
Centro Socioeconômico, Bloco D, Primeiro Andar
Campus Trindade,
Florianópolis . SC . Brasil
88010-970

Coordenação Geral:

Prof. Niemeyer Almeida Filho (IE/UFU, Presidente da SEP)
Prof. João Ildebrando Bochi (PUC-SP, Vice-presidente da SEP)
Prof. Lauro Mattei (UFSC, Diretor da SEP)

Comissão Organizadora Local:

Prof. Lauro Mattei (IELA-UFSC/Presidente)
Prof. Nildo Ouriques (IELA-UFSC)
Profa. Beatriz Paiva (IELA-UFSC)
Prof. Waldir Rampinelli (IELA-UFSC)
Prof. Paulo Capela (IELA-UFSC)
Elaine Tavares (IELA-UFSC)
Maicon Cláudio Silva (IELA-UFSC)


Áreas temáticas

Metodologia e História do Pensamento Econômico
Metodologia e Caminhos da Ciência
História do Pensamento Econômico

História Econômica e Economia Brasileira
História Econômica e Social Brasileira
História Econômica Geral
Economia Brasileira Contemporânea

Economia Política, Capitalismo e Socialismo
Teoria do Valor
Capitalismo Contemporâneo
Socialismo

Estados e Nações face à nova configuração do capitalismo
Estado e economia capitalista
Estado e políticas públicas
Os Estados nacionais na nova configuração do capitalismo

Dinheiro, Finanças internacionais e Crescimento
Economia Monetária e Financeira
Economia e Finanças Internacionais
Um novo sistema monetário internacional

Capitalismo e Espaço
Economia regional,
Estruturas e dinâmicas urbanas.

Trabalho, Indústria e Tecnologia
Mundo do Trabalho
Economia industrial, serviços, tecnologia e inovações

Integração Latino-Americana
Economia Agraria e Meio Ambiente


Informações e Inscrições:

Página da SEP/Congresso, clicando aqui.


SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA POLÍTICA - SEP

Universidade Federal de Uberlândia
Campus Santa Mônica, Bloco J, Sala 1j254
Uberlândia . MG
38400-902


E-mail para informações sobre a organização, congresso e a revista:

XVIII Encontro Nacional de Economia Política: Carta do Belo Horizonte


Conheça o conteúdo da carta de Belo Horizonte, resultado do XVIII Encontro Nacional da SEP que aconteceu na capital mineira, em 2013.

CARTA DE BELO HORIZONTE 

A crise capitalista atual continua deteriorando as condições de vida dos trabalhadores em todas as partes do mundo e, mais recentemente, também na Europa. A lógica desenfreada da busca pelo lucro e a progressiva concentração da renda e da riqueza que a acompanha resultou em uma crise que afeta todos os setores e regiões de forma generalizada. A “pretensa” ajuda financeira aos países mais afetados, capitaneada pelo Banco Central Alemão, Comissão Européia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, veio acompanhada de uma receita já conhecida: redução dos salários, aumento do desemprego, corte de direitos sociais, aumento de impostos etc.

Com isso, a austeridade fiscal baseada na ideologia ortodoxa elevada ao extremo arrasta segmentos inteiros da sociedade à exclusão e ao empobrecimento. Por todo o continente europeu o desemprego atinge níveis que não eram vistos desde a grande depressão do século passado. Assim, literalmente esmagados pelos dois lados do aperto, menos salários e benefícios sociais e mais impostos, as condições de vida da classe trabalhadora europeia vêm se agravando cada vez mais.

A crise revelou não só os limites do capitalismo, como também a completa incoerência do credo ideológico dominante presente na concepção dos mercados eficientes fundados em indivíduos racionais imaginários que sustentam suas crenças na eficiência alocativa dos mercados financeiros.

Esta crise, se por um lado provocou uma radicalização sem precedentes da ideologia ortodoxa irracional, por outro, a catástrofe econômica e social que se vislumbra fez estimular a luta daqueles que partilham de visões alternativas. Ela não só aumenta o engajamento em temas e teorias críticas, reanimadas frente ao debacle da teoria neoclássica como, e mais importante, voltam à tona os movimentos sociais impulsionados pela necessidade de reagir aos sacrifícios a que estão sendo submetidos os trabalhadores.

Mesmo que essa crise geral do capitalismo tenha seu epicentro nos países centrais e aí provoque os seus efeitos mais deletérios, ela também se faz presente nos países da periferia. Difundida pelas conexões dos mercados financeiros globalizados e pelo impacto provocado no comércio internacional, a crise se expressa de maneira crescente na deterioração dos balanços de pagamentos.

No Brasil, depois de alguns anos de crescimento econômico com algumas melhorias sociais, observa-se no presente que a crise da Europa e dos Estados Unidos, bem como a pressão interna por um retorno à ortodoxia, expressam-se na queda acentuada do crescimento e no fim da ilusão de nosso isolamento em relação à crise. A deterioração do Balanço de Pagamentos é o exemplo que mais claramente explicita nossa fragilidade. Em nosso país, também o Governo ensaia sua própria política de austeridade com restrições de gastos em áreas essenciais. Além disso, os recentes aumentos da taxa básica de juros implicam no aumento dos gastos com pagamento dos juros da dívida pública, reduzindo as disponibilidades de recursos para gastos sociais e investimentos públicos.

Diante desse quadro, a Sociedade Brasileira de Economia Política - SEP – reitera os seus compromissos com o pensamento econômica crítico e com a construção de uma sociedade mais igualitária e justa, conclamando seus associados, bem como a sociedade brasileira em geral, a resistir aos ataques contra os interesses daqueles que mais necessitam da intervenção do Estado para garantir condições de vida dignas para todos, em especial, a classe trabalhadora.

Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP)

Belo Horizonte, 31 de maio de 2013.